domingo, dezembro 10, 2006

02) Cronicas do limbo

Limbo, segundo os dicionários, representa, na teologia cristã, uma região próxima do inferno, um refúgio para as almas dos homens bons, que viveram antes da chegada de Cristo, e para as almas das crianças não batizadas.
Num sentido civil, pode aproximar-se de uma espécie de prisão, ou confinamento.
No sentido mais comum do termo, seria um lugar ou a condição de negligência ou de esquecimento aos quais seriam relegadas coisas ou pessoas não desejadas.

Estas são as definições que retiro do Webster's New Universal Unabridged Dictionary (2nd edition; New York: Simon and Schuster, 1979), p. 1.049.

Pois bem. Pensei em intitular uma nova série de trabalhos atinentes às minhas pesquisas e reflexões de diferentes maneiras: crônicas do deserto, do cerrado, do agreste, ou de qualquer outro conceito denotando uma situação áspera, difícil, de isolamento ou de dificuldade, enfim, totalmente conforme às minhas condições e expectativas.
Não me decidi ainda, mas desejo, de todo modo e desde já, deixar registradas estas primeiras impressões de uma fase, já passada e ainda por vir, que se apresenta como particularmente complicada, em termos de projetos de vida, tanto pelo lado profissional, como pelo lado acadêmico ou pessoal.
As pessoas são responsáveis, em grande medida, pelo seu próprio destino, na medida em que fazem escolhas, adotam posturas, assumem atitudes que as colocam em maior ou menor conformidade com o seu meio social, com o seu ambiente profissional, com o seu universo de relacionamentos e interações.
Sou o resultado de minhas próprias escolhas, ainda que outros possam ter contribuído, direta ou indiretamente, para minha condição atual.
Não pretendo lamentar nada, ainda que exercícios de auto-reflexão e revisões críticas de trajetórias passadas e presentes sejam sempre desejáveis, na perspectiva de corrigir o que está errado e impulsionar caminhos mais atrativos, ou interessantes.
Vou estabelecer, neste final de ano, um plano de trabalho para enfrentar os próximos meses, talvez anos, de travessia do meu deserto particular.
A palavra limbo talvez não seja inadequada. Ela fica, em todo caso, como conceito chave desta minha primeira crônica, preliminar, aguardando que eu me detenha sobre algum substantivo mais apropriado.
Brasília, 10 de dezembro de 2006.

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